Dilema. Impasse. Tiro e queda.
Queda minha. Tiro do próprio. Foi a medo que disparei, tinha
o indicador no gatilho, mão tremule, pulso gelatinoso sem saber que o impulso
seria tão fugaz, forte e feroz que fodeu… fodeu tudo…
Talvez a ideia não tenha sido a mais inteligente, porque
motivo dispararia à minha volta, naquela infinidade de caminhos com reflexos do
assassino? Precoce. O assassino, durante toda a minha investigação parecia ser
alguém tão próximo de mim, mas distante ao ponto de me querer fazer mal. Afinal
era eu, até porque fui eu que disparei a bala, e ao mesmo tempo fui eu que a
senti, bem profunda no meu crânio agora rachado. Raiva, ruído, ruína sem
vestígios de coisa nenhuma e sem interesse nenhum para investigações
arqueológicas.
Fui eu que me meti nesta salgalhada toda, cavei a minha
própria cova sem saber, porque enquanto tirava terra de um lado, construía uma montanha
do outro, e a montanha era-me muito mais aliciante que o buraco.
Bem, mas hoje é domingo, e ao domingo não se trabalha.
Amanhã tratarei de arrumar este forrobodó, não quero o meu corpo ao dispor de
abutres, hienas ou caranguejos.
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