Pele em pele com pele… pelados.
As velas sopram a chama ardente e os dedos encostam a cera
em líquido. A língua lambe, lento, longo, o quente, o molhado… E as mãos agarram-se às costas esculpidas,
arranhadas por garras intensas que se entranham na epiderme e que fazem da dor,
agonia… que fazem da agonia, o maior dos prazeres.
Os lábios quentes percorrem o sangue que flui selvagem, o
corpo em carne viva agita inquietante, e dança de forma indomável. Sente-se o
sabor, o sadismo, a sede da carne que embate de forma soberana. Um dentro do
outro. Submissos à tensão dos corpos lavados em suor, mergulhados em vicio e
desejo, ao som estimulante de cantos voluptuosos.
A rosa floresce em forma de túlipa, e a túlipa floresce em
forma de orquídea, e a orquídea floresce em forma de lírio. As pétalas ficam
erectas e o seu odor é intenso. São lábios, são língua, são dentes que as
desfazem…
Chama acesa e a noite escura. Fonte de água límpida onde dois corpos se lavam. E gemem, agarrando-se ao tronco e à fruta, desfrutando cada dentada faminta sem sacio…
Porque o desejo é insaciável quando o Homem vira selvagem.
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