De um Livro Eterno.

Amei-te ontem, amo-te mais hoje, e amanhã prometo amar-te como nunca amei… Amo-te para sempre, e acredito que te amo desde sempre. Sempre. Que não é nada mais que a minha existência, e enquanto existir quer seja em carne, quer seja pensamento, o meu amor por ti, vai coexistir como se fosse parte de mim, ou eu parte dele. Este amor é aquele que faz viver, é o amor que dá cor ao mundo, amor que dá ar aos pulmões, força aos músculos, este amor é aquele que faz sentir. Eu sinto que te amo já antes de saber o que era amar, já te tinha visto em sonhos, já te tinha tocado em pensamentos, já te tinha imaginado em felizes devaneios…. Amo-te desde que fui aprendendo a sentir. E agora que te sinto realmente, amo-te como nunca imaginei amar, vivo como nunca imaginei viver... É paradoxal isto de sentir antes de existir, desejar-te antes de te conhecer, amar-te antes de te ter. Mas és nostalgia, és felicidade, és amor, e isso já existia antes de te beijar, antes de te abraçar, antes de te ver, antes de te viver. Amo-te assim que o meu coração aprendeu a palpitar, amo-te assim que sonhei a primeira vez, e amo-te porque transformas-te a realidade melhor do que qualquer sonho. Amar-te é não ter noção do tempo, é perder-me enquanto vivo, e encontrar-me na nossa existência. Amo-te há décadas, há séculos… porque és ser, és música, és arte, és alegria, és amor, és saudade, és dor, és prazer, és suor, és calor, és gelo, és comichão, és formigueiro, fome, sede, sacio… És vida. Amo-te antes de sequer existir, e agora existo com o desejo de nunca mais saber o que é existir sem te amar.

Este é um dos prefácios que fui escrevendo naquelas tardes em que divagava em pensamentos que escondia do teu ouvido, naquelas noites em que adormecias primeiro que eu, naquelas manhãs em que aguardei para que acabasses de te arranjar para irmos almoçar. Fui escrevendo enquanto te via, e tu mesmo à minha frente, de olhos abertos não conseguias compreender os meus silêncios. Fui escrevendo enquanto te beijava os lábios doces, sentia a tua língua, o teu gosto adictício desde o primeiro trago que dei, e a tua respiração junto da minha. Comecei a escrever este prefácio no primeiro dia que abri os olhos e vi que isto ou se vive, ou se deixa viver. Ao som de gargalhadas, de discussões, de vozes de prazer, de músicas que são agora a nossa banda sonora, ao som de silêncios partilhados, mesmo quando tu não estavas ao meu lado para os partilhares comigo. Este é o prefácio da minha vida. E não me lembro de alguma vez não teres feito parte dela.

Este é o nosso prefácio.

Espero-te para continuarmos o próximo capítulo. De um livro eterno.

                                                                                                                                                                                                   
                                                                                                                                                                                   Santiago Dias
                                                                                                         

0 comentários:

Enviar um comentário