Ele olha-a cegamente, mas uma cegueira da qual não quer
fugir. Como se hipnotizado, talvez pelos caracóis brilhantes, ou pelo sorriso
contagiante… Ela tem um olhar seguro, de quem o vê como um todo, um abraço, um
anjo, um príncipe, um herói… de quem o vê, ouve, sente de forma intensa, tão
intensa que o agarra e puxa para verem o mundo juntos.
Tantas são as vezes que ele olha para o mundo e o vê a preto
e branco, que baixa a cabeça e se deixa levar por um ar gélido, e nessas
alturas, ela abraça-o, beija-o, sorri e pinta-lhe o mundo apenas com uma leve
brisa. E quando é ela que se deixa ficar nos lençóis, parte para um silêncio
vazio com um rosto em lágrimas, ele lança uma corda e trás a lua, sobe um
escadote e colhe as estrelas do céu, ou então agarra nela e leva-a a ver o sol,
e se mesmo assim o coração permanecer soturno ele passa-lhe a língua por uma
lágrima e pega no seu corpo, pousa-o numa nuvem e abraça-a enquanto olham o
salgado mar, o verde campo a dançar ao som do vento, ou o crepitar de uma
lareira quente.
Ele teme perder o controlo, mas ela mostrou-lhe que aquilo
que vivem não se controla. Ele agarra-a com firmeza, encosta-a à parede e
rouba-lhe um beijo, e rouba outro, e mais outro… agarra-lhe o cabelo, morde-lhe
o pescoço e sente o calor da pele perfumada dela, que agora se deixa levar por
cada toque, cada carícia, cada dedo dele que lhe percorre o corpo despido. Ele
sente-lhe a pele, beija cada pedaço do corpo nu, acaricia-lhe os seios, enquanto
ouve o bater do coração cada vez mais ardente e sente a mão dela a
percorrer-lhe as costas. Ela sussurra-lhe ao ouvido, e conduz a mão que toca agora no peito dele, que lhe cai nas calças e tira-lhe o cinto. O toque dele
tornou-se mais forte e o os movimentos dela mais intensos. Ela tira o resto da
roupa.
Ele está fora do controlo enquanto lhe toca, enquanto a
beija, enquanto se delicia com o corpo sensual dela, percorrendo um caminho
suave com a língua, parando só quando as duas se descobrem unidas. Ela com a
mão apalpa-lhe os boxers. Molha os dedos pela língua e penetra a roupa que
ainda lhes separava da nudez.
Ele agarra-lhe nas pernas, e os seus dedos e lábios seguem
caminho para a sentir molhada. Ela enlouquece com cada toque de leve, mas para
ele não é suficiente. A língua dele saboreia cada pedaço do corpo dela, e
sente-a… sente o gosto do prazer, o sabor da loucura dela, e deixa-se guiar
pelo som dos gemidos que se fazem suar cada vez mais intensos.
Ele deseja-a de forma incontrolável, e ela passa-lhe os
lábios pelo peito, beija-lhe o corpo, vive o desejo dele na sua boca,
desejando-o dentro dela.
A ânsia dos corpos molhados, a ânsia dos corpos desejados
leva a que cada um se entregue ao outro. Penetram-se. Consomem-se. Alimentam-se
famintos. Sentem. São um só. Entre a dor e o amor… De corpo despido à loucura e
ao prazer.
Corpo agitado, prazeroso, quente, sentido.
Ele ama-a. Ela ama-o.
Eternamente.
0 comentários:
Enviar um comentário