Ossos pesados, músculo que não quer ceder.
Costas doridas, peito a tremer.
Fumo do café que está a arrefecer.
Dentes forçados a ranger.
Silêncio interrompido pelo vento a romper.
A lareira a fagulhar lazer.
O teu corpo despido a prometer prazer,
lábios quentes a enternecer
E voz pronta para gemer…
Luz à procura de desaparecer.
Cigarro à espera de se acender,
De pulmão frio passar a pulmão a arder.
Olhos a desligar, preparados para ceder.
Procuro a manta para me envolver.
O casaco veste-me disponível para proteger,
Do frio deste nosso anoitecer.
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