O pescoço range até ficar direito.
O coração singra à procura do peito.
Numa correria - Dedos cozem-se à mão
Mão desgastada e já sem preceito
Contorce o músculo ao levantar
São pernas, braços, costas… tudo a estalar.
Um olho ainda a forçar a entrada
Enquanto os primeiros cabelos começam a surgir
Ânsia a respirar depois do tempo de sufoco
E agora começa o mundo a existir...
Não sabe bem para onde ir
Dedos apontam-lhe a direção.
Hoje oferece uma flor à jovem do café
E ela responde com um olhar de desdém.
Sopra ao vento. Rema contra a maré
Ontem era inferno. Agora ordenam-lhe que faça o bem
Procura o destino da sua caminhada mecânica
Dizem-lhe que deve sorrir para agradar
Tira foto para cativar a multidão
Comentam amor, aquando a dor é da solidão
E perde-se no ruído do ambiente
Em que vive, mas que não sente
Amanhã o que será ele?
Um igual aos outros… ou mais um demente?
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