Overdose De Autoestima

Alguém me pode cortar orelha a orelha
Suplico! Mas não me magoem, por favor...
Eu, na verdade só não quero ouvir mais a tua voz
Estou farto da tua hipócrita dor.

Alguma vez olhaste para o teu reflexo?
Para as facetas estampadas nesse cara vazia?
Que desespero esse de não saberes onde pertencer
E mascarares a ausência com tanta mania.

“Olá, estou aqui!” sussurras tu em plenos pulmões
Chamas a atenção de todos com aquilo que não és
Merda, o chão tem baba das pessoas que aderem às tuas ilusões
Porque acreditam que tu és aquilo que expões.

E enganas mais uns quantos ingénuos
Que lá se deixam inocentemente encantar
Tu na verdade não sabes se quer o que é sentir dor
Como é que achas que alguma vez serás capaz de amar?

Morre de overdose de autoestima
Que faz o teu coração vaidoso pulsar egoísmo
E contigo todos os outros que se deixam iludir.
Deixem-me então assim rir deste ato de sadismo...

Memorizas frases que se fazem soar do outro lado do ecrã
E espalhas aquilo que te vestiram
“Sim, isto é aquilo que eu penso” afirmas tu em tom superior
Sem saber quantos já te mentiram

Os teus sapatos dizem 42 quando na verdade calças o 36...
A tua camisa de marca custou as mãos de quem desvalorizas...
Habituado a tudo e todos de mão beijada
E é com tudo e todos que te caracterizas.

“QUERO ESTAR SOZINHO” escreves tu para todos saberem
Mas, na verdade tu nem suportas a tua própria companhia.
Forças esse ar de rude com uma postura misteriosa
Enquanto procuras desvendar o mistério de quem te guia.

Será que o mundo está tão cego que não vê o vazio
Escondido em ti que hoje és isto e amanhã aquilo?
E nesta escrita de sangue-frio olho para as mãos que te tocam no peito
Estás à procura da verdade no coração... Queres senti-lo!                                                                                                                                                                                                         

                                                                                                                                                                                   Ricardo Queirós
                                                                                                         

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