Era a minha última gota de voz
E lá se foi, letra a letra
Tão intensas, mas tão sós...
Encontram este indivíduo farfalhudo
Mas são incapazes de se infiltrar nele
Parece cego surdo mudo
Rejeitando a mensagem que lhe tenho a dizer!
Avançam mais uns quantos passos.
Deparam-se com uma bela rapariga de mala
Olhos azuis, cabelo de oiro
No entanto não se deixa ouvir, apenas fala, fala e fala...
De encontro repentino surge um jovem de t-shirt preta
Calças rasgadas e um rosto nos cabelos escondidos
A palavra lá lhe grita em grandes alaridos.
Mas nada ouve com a algazarra vinda dos fones nos ouvidos
Parece já perder a força!
No entanto a vontade de ser ouvida faz a palavra continuar
Segue então numa busca desgastante
Será que existe alguém preparada para a escutar?
Ao longe encontra-se um homem de fato e chapéu
Cigarro na mão, copo no outro... Rico relógio vermelho
Lá vão as letras numa corrida optimista... mas nada
O homem não entende perdido no reflexo de um vulgar
espelho
Cansadas deixam-se cair numa folha qualquer
Ninguém perdeu tempo em ouvir o que a palavra tinha a
dizer
Adormece agora entre as linhas vazias de um velho papel
Espero em breve que alguém a seja capaz de ler...
0 comentários:
Enviar um comentário