Cadeira puxada atrás
À espera que alguém lhe dê uso
Que inútil lugar...
Prato raso e talheres postos
Ninguém para se servir
Hoje não há jantar.
Cama feita pronta para ser bagunçada
Aquecer corpo frio.
Mas não há corpo para deitar
Não há nada neste espaço vazio
O que havia... em tempos o tempo corroeu
O meu é o único coração que bate
Enquanto vê que aqui nada sobreviveu
Pó para ser limpo
Teias acumuladas nos cantos da casa
Fotografias que olham as memórias
Mas não há ninguém para as relembrar
Roupa solta, comida de traça
Móveis de madeira seca e perfurada
E a porta aberta para ninguém entrar
Será que alguma vez aqui existiu?
Que história esta de quem parece que não viveu
Atrás da página em branco
Restam apenas linhas vazias
Ninguém as preencheu...
Não existiram as noites. Não existiram os dias
Eu que me desfaço
Em conjunto com este nada
Que de ninguém pertence
E de ninguém quer pertencer
A solidão faz destas coisas...
Até a (coisa) mais viva se deixa morrer...
0 comentários:
Enviar um comentário