Os olhos vazios deixam-se cair no esquecimento
Este cheiro, este sabor...
Mordo faminto cada segundo deste momento
A minha língua percorre as curvas do teu corpo
Escrevo versos na nudez do teu cadáver
Que elegância a ausência do teu pulsar
Que sabor que a vida tem quando sou capaz de a roubar
Nesta noite de lua vermelha
Procuro o corpo que sacie a minha sede
Rasgo-te em carne viva
Enquanto ainda me olhas agressiva
A minha saliva espalha o resto da tua vida
Apodero-me de todo o teu ser
Delicio-me com todos os teus restos mortais
Fecho-te finalmente os olhos e deixo-te adormecer.
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