Em lágrimas fingidas de adoração
Com as mãos em prece
Em gritos de juízos de salvação
Olha de frente para aqueles que o admiram.
Iludidos seguidores numa fé vazia
Porque ali o pecador é que a profere
Enquanto o acolhe a heresia
Da noite passada no convento de portões fechados
Velas acesas e mudez total...
Abrigava um pequeno miúdo de olhos tapados
Lábios agrafados e pulsos atados.
As pessoas levantam-se à sua ordem
E ele estima o poder de ordenar
Pensa no jovem que estava a seu cativo
Delambe-se enquanto recorda aquele medo no olhar
Ao mesmo tempo que a cruz o mirava
E o pecado lhe dava prazer
Batia no miúdo que tentava fugir e gritava para morrer
Na Eucaristia todos faziam fila
Na fome de receber o corpo e o sangue de jesus
Colhiam a comunhão gananciosamente
Do padre que os liderava e lhes prometia a luz
Do padre que os julgava pela escuridão dos atos e
pensamentos
Prometia o céu em exigência de cobranças
Colhiam a comunhão, famintos
Da mesma mão com que ele violava crianças
Colhiam a fé no pecado do pecador
Aquele homem mascarado de amor
Aquele homem doente
Aquele homem que sentia prazer em criar dor.
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